Friday, December 21, 2007

Lá se vai 2007

Lá se vai um ano que começou com briga, e termina com tristeza. Começou com trabalho e termina com trabalho. Começou com esperança e termina sem muita paciência. Vi bons e péssimos filmes. Não ouvi tanta música quanto gostaria. Livros? Um ou dois o que não foram sobre História. Acho que perdi mais amigos do que fiz. Mas os de verdade, ficaram. Emagreci, e engordei tudo de novo. Perdoei, e me decepcionei. Trabalhei infinotamente, mas não tenho a sensação de trabalho cumprido.

Ah, sim! E fiz 30 anos. TRINTA ANOS! Agora, dizem as màs línguas, terei que agir como adulta. Sinto-me mais, muito mais, como uma velhinha senil, que fala palavrão e reclama que faz muito frio, ou muito calor. Ou que sonha acordada com um tempo em que tudo era melhor. Em que havia balas feitas pela mãe, no dia do aniversário, enroladas em papel celofane vermelho e azul. Uma velhinha que acha que os amigos nunca traem e que as pessoas trabalhadoras merecem férias. Ela acha também que casou, há 80 anos, com o amor da vida dela, e que ele ainda está vivo, quase chegando do trabalho.

Pois é, tenho 30 anos e duas semanas. E sou uma velhinha coroca. Aparentemente pulei a maturidade e fui direto para a esclerose.

Friday, August 24, 2007

Minha estrada é o fio da navalha.

Monday, July 16, 2007

Vou viajar

É tão estranho quando você sabe que vai sentir saudades de alguém. Eu fico imaginando o que vai me fazer lembrar. Em que momentos a falta dele vai se fazer mais presente. Vou viajar, teoricamente a trabalho. O objetivo final, no entanto, é mesmo relaxar, me divertir. Mas sem ele não tem muita graça. Sinto-me quase culpada. E com aquela tristezinha aguda que sempre precede as viagens. E, pra piorar, está frio aqui, e ainda mais frio lá.
Sentirei muita saudade, meu querido. E certamente pensarei em você a cada momento feliz (que, espero, sejam todos). Momentos, que acredito, torna-se-ão tristes pela sua ausência.

Thursday, July 12, 2007

Cansei de escrever
Cansei de fumar
Cansei de beber
Cansei de esperar
Pensar é tão penoso
Lutar, pra que e por quem?
Seduzir, velha e acabada demais
Deixa que o novo dia nasça
E que venham os engarrafamentos e as dúvidas
Deixa que os outros pensem de você o que bem entenderem
Guarda esse teu dia de hoje
Como se o último fosse
E vai dormir
Porque no sono
Só existe redenção

Já pedi a Deus paciência

Deus deu resignação ao meu pobre coração.
Ou tentou, pelo menos.
A coisa tá danada, meus irmãos. Não tem sido fácil viver nessa angustia cotidiana pelo alvorecer. Sem saber o que me espera depois da esquina. Os louros foram colhidos, muito mais do que eu merecia, é bem verdade. Mas a recompensa final não chega jamais. E parece cada vez mais distante. A solidão e a total paz de espírito a gente deixa pra hora da morte. Já a incompreensão, o enfrentamento, a falta de respeito, a incerteza, o inferno, são aqui mesmo.Venham e vejam, o circo chegou. Arromabaram as portas do hospício. Incendiaram o altar. De certo, só mesmo a morte.

Saturday, June 23, 2007

Viver numa música

Não sei se alguém já teve vontade de viver dentro de uma música. Dá pra entender isso? Por exemplo, vcs já ouviram Just in Time, com a Nina Simone. Toca naquele filme lindinho, Antes do Anoitecer (ou Depois do Pôr do Sol ou qualque coisa que o valha). Enfim, dá uma vontade louca de morar dentro dessa música. Se ela fosse um lugar, seria coberto de veludo verde-musgo, ou vermelho-cereja. Teria uns divãs, também de veludo, muuuuito confortáveis. Estaria frio lá fora, mas dentro teria uma lareira. Eu estaria esperando o grande amor da minha vida, um pouco triste pela demora, mas certa de que o amor é retribuído. Talvez ele estivesse fora, viajando. Ou talvez estivéssemos fazendo as pazes. Eu teria plena segurança das minhas qualidades, e orgulho dos meus defeitos. Porque afinal, esse lugar que é a música, é também um lugar "emocional". Esse lugar seria um santuário, onde só entram as pessoas amadas. Nada de criaturas ciumentas, invejosas, falsa. Eca! Seria a casa escolhida com o grande amor. Se Just in Time fosse um lugar, seria ali meu paraíso.

Sunday, June 10, 2007

Los Hermanos pela última vez

Pois é... Três noites aguentando aquele bando de gente que se acha muito, só porque gosta de Los. Mas foi por uma boa causa, vê-Los pela última vez... Pulei e gritei tenebrosamente. Todas as músicas, até Primavera (tocaram todos os dias) e Pierrot (Eca! E ainda tocaram duas vezes). Faltou "Do Lado de Dentro", faltou "Horizonte Distante", faltou "É de lágrima". Mas não faltou todo o lirismo, todo o amor e desilusão desdesperados dos nossos barbudos queridos. Não faltou simpatia tb. O Camelo nunca falou tanto em show como nesses últimos três. Mas não sou crítica de música (ahan!). Não quero escrever sobre isso.
Quero falar do que não me abandonou nesses três dias (além da gripe). Da sensação de que, talvez, com o fim do Los, termine também uma fase na minha vida. Talvez esteja acabando um lado meu, de boemia, de busca pelo inatingível, de ver beleza em quase toda mínima coisa. Talvez seja o fim das tardes em que eu ia, com meu irmãozinho, à Sta. Teresa, encher a cara e falar dos últimos assuntos polêmicos. Talvez eu não vá mais para qualquer boteco do centro, conversar com meus amiguinhos. Talvez as festinhas aqui em casa fiquem cada vez menos frequentes. Talvez eu não escreva mais minhas poesias secretas. Talvez eu dê um tempo no sonho constante de alguma coisa maior e melhor. Talvez, daqui para a frente, a vida seja só isso mesmo, um amontoado de dias de muito trabalho, trabalho demais, escutar uma música nova aqui e ali, ver um filmezinho legal, descobrir algum novo viés na pesquisa, rir de situações corriqueiras, discutir com alguém, corrigir provas, me irritar com o trânsito, chegar atrasada em algum lugar, chegar cedo demais em algum lugar... E lembrar, nas muitas noites de insônia que ainda virão, que um dia foi diferente. Que um dia as noites de insônia serviam pra sonhar, pra desejar algo maior e melhor. Lembrar que um dia Camelo, Amarante, Barba e Medina estavam juntos e faziam músicas que embalavam esses sonhos. "Sem saber que o fim já vai chegar..."

Thursday, April 19, 2007

Espera

Só é possível escrever quando se soltam todas as amarras. É necessário sofrer a mais miserável das dores, ou ter a mais inabalável esperança para que uma folha em branco se preencha. Sem dores, no momento, mas agora, e sempre, muita esperança. Espero escolher o momento certo. Espero ter controle sobre o que solto indomável aqui, na folha em branco. Chego até quase ao ponto de não esperar nada em troca. Agora, o importante, no entanto, é que espero. E consigo, nos sonhos, ver a esperança realizada.
A espera, assim, nunca cansa. Muito melhor do que a ausência, não há aqui (ainda) lugar para desesperança.

Tuesday, March 20, 2007

As Minhas Meninas

Terça de tarde... Uma chuvinha (até que enfim!). Saco zero de fazer qualquer coisa. Tenho que ir trabalhar depois de passar a manhã inteira na frente do computador ... trabalhando.
Não me resta muito para reestabelecer o contato com o universo. O que faço, então? Ligo pras minhas meninas. Pra falar nada. Miolo de pote, como diria minha mãe. Todas loucas e lindas. Não precisamos de muito pra rir, pra mos divertir com as pequenas desgraças cotidianas. Quando conto a vida assim, para as minhas meninas, tudo fica tão mais claro. Amo minhas menininhas, minhas amigas queridas, minhas irmãs de alma.

Sunday, March 11, 2007

A música da vez, há três anos

SORTE

Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que vc faz me ajuda a cantar
Põe um soriso na minha cara
Meu amor, você me dá sorte
Meu amor, vc me dá sorte na vida
Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara
Meu amor
Vc me dá sorte meu amor
Vc me dá sorte de cara
Às vezes envelhecer não adianta nada...

Friday, March 02, 2007

Todas elas juntas num só ser

O ano passado foi louquíssimo! Uma quantidade de trabalho enlouquecedora. Falta de adequação à realidade. Instintos totalmente aguçados. Pouco, pouquíssimo sono. Tudo a mil por hora. Sentimentos absurdamente expostos. Um ano de "hybris". Parece que eu não tinha pele, ano passado.
E agora? Aparentemente mais madura. Certamente mais tranquila. O que uma conquista palpável não faz com alguém? Mas perdeu-se a poesia, perdeu-se a boemia. Se pudesse atribuir uma cor a esse momento, seria em tom pastel. Enquanto ano passado foi vermelho sangue. E o preto mais impenetrável, algumas vezes. Um ano rubro0negro, 2006.
Mas espero construir um arco-iris, daqueles que vêm depois da chuva fresca, em 2007!