Wednesday, November 15, 2006

QUANDO UM CERTO ALGUÉM

Há algum tempo conheci um alguém. Meu primeiro contato com o tal ser foi há muitos anos atrás, e tive uma péssima impressão. Mas se percebi algo de bom na criatura foi uma certa tendência à meditação. Melancolia, talvez.
No entanto, somente há um par de anos passei a conhecer a pessoa melhor. E quanto mais a conhecia, mais encontrava (encontro ainda) coisas boas e louváveis a seu respeito. E é uma maravilha sem fim, essa pessoa. É quase um milagre tal pessoa existir do jeito que existe, no meio em que habita, com as coisas que pensa, as palavras que diz, a generosidade que pratica, a alegria que exala, a lucidez que apresenta...
Só queria, um dia, poder agradecer a essa pessoa por tudo que ela fez e faz por mim, mesmo sem ter a mínima noção disso. Já começo a amá-la de um amor profundo, sem mesmo saber o que o destino reserva pra mim.
Obrigado, Mô!

PENA

Sentir pena. Sentir dó. Condoear-se de alguém. Porque alguns pensam que isso é ruim, indigno, humilhante?
Tá certo, a gente sente pena até de quem não gosta. Mas sentir pena é identificar-se com a dor do outro. E a identificação é meio caminho andado para a simpatia. Não é?
Eu sinto dois tipos de pena. Não sei se é assim com todo mundo. Me vêm dois exemplos a cabeça.
A boa pena: uma pessoa conhecida está numa situação difícil, que pode comprometer toda a vida dela. Nunca gostei muito da tal criatura, mas me apiedei de sua má fortuna. Não foi escolha dela (eu acho). Então me identifiquei com ela por conta da sua desventura. Nesse caso, acho que identificar-se é comparar-se, é estar na mesma altura, ainda que só em pensamento.
A má pena: tenho outro conhecido que era uma pessoa promissora quando começamos a nos aproximar. Mas as experiências da vida o fizeram se tornar alguém cada vez mais cheio de si, insuportável. Sinto pena porque a tal criatura tomou o caminho errado. Essa piedade parte, acredito, de achar que o "meu" caminho é o mais certo. Rompi a identificação me entendendo como superior. Talvez essa seja a má pena.
Enfim, elocubraçõs...

Friday, November 10, 2006

10 MÚSICAS PRA ENTENDER CAROL

Pensei nisso de repente. Que músicas poderiam me definir? Na minha extensa, intensa e turbulenta vida, quais foram as músicas que mais marcaram? Minha vidinha pode até dar um filme bem repetitivo, mas a trilha sonora é totalmente excelente! E tem de "um tudo"! Escolher só dez é muita sacanagem. Até porque tuuuuudo na minha vida tem trilha sonora. Não tem momento, importante ou não, que não tenha pelo menos umas cinco músicas atreladas. Desde a minha primeira recordação musical (Deixa a Menina, do meu Deus, Chico) até a mais recentes, até as mais recentes, é muita bagagem musical ( e sentimental), passando por uma adolescência altamente heterodoxa em termos musicais. Foi ai que, ao mesmo tempo, aprofundei a paixão pelas músicas que meus pais ouvem e comecei a construir um gosto próprio. Que ia desde o rock inglês da década de 80 até novas descobertas em MPB. Mas novas descobertas não quer dizer, necessariamente, novos compositores...
Bom, blá blá blá..... Foi dificl, mas ai está a lista das dez músicas mais representativas para entender (se é que alguém está interessado) a minha confusa, paranóica, sonhadora, obcecada, paradoxal, terna e tresloucada pessoa.
Deixa a Menina
Na estrada das Areias de Ouro
For no One
Caso você case
Disritmia
Risque
Stormy Weather
Samba do Grande Amor
Crush
Senhora Tentação
Daqui há duas horas, é claro, eu vou mudar de idéia sobre algumas. Mas vá lá. Porque essa imposição do número 10!? Mas que mania!!!! Hahahahahahaha!

Saturday, November 04, 2006

MUDANÇA DE PERSPECTIVA..................SERÁ?

A vida muda rápido. Ou os ciclos da vida se sucedem com certa frequência. Right?

Tão triiiiiiste na última postagem. Agora tendendo a indiferença. Tão linda e triste a vida. Quantas surpresas. Mas nada de novo, really. Paixonites e decepções, eu soube. Me contaram, sabe como é. Eu mesma não vivencio nada, permaneço ausente do mundo e de mim mesma. Eu dou muito trabalho a mim mesma, vocês entendem, for sure.
A velha e curtida e surrada está olhando com olhos lassos, cheios de alegrias e cansaços, para a menina. E, no gesto de olhar, sorri e é menina de novo. Os meninos a ajudam a ser menina. Meninos velhos e moços, homens e mulheres. Essa vida de adulto é só fachada, e tão cansativa. Mas inevitável.
Pra alegria da menina ( e da velha) logo chega o verão, logo vêm as férias, e as viagens astrais. E o calor insuportável. E a vontade de ficar nua. E o consumo industrial de chopp e sonho e recomeço e nada. Um imenso nada, pelo qual ela espera em sonho.
Foram tantas as cenas de nudez explícita durante o ano, primavera e inverno. Não lembro se outono. Mas nudez, daquelas desavergonhadas. De dizer tudo e não esconder nada. Parece que anda por ai, atentando ao pudor. Mas não. Queria ser uma alma livre. Acorretanda ao sentir. Não ao pensar, não ao viver, mas tão somente ao sentir.
Pobre alma, tão cheia de quimeras, infinitamente presa às convenções. Aos deveres, à "normalidade" e ao comum. Mistura-se a multidão... Mas anda nua em sua alma. E a vêem assim despida tanto os que merecem, quanto os que merecem apenas o inferno das amarras e da cegueira provocada pela insensibilidade atroz. Pobre ela ou pobres eles? Quem saberá a resposta?
No entano, a cada dia que passa, a cada lágrima rolada nesse seu penar, ela tem mais certeza que, nova ou velha, o certo é ser assim, amorosa e nua. Desempedida e louca. Inconsequente e histérica. Somente dessa forma ela consegue entreolhar, por instante que sejam, a felicidade.

Thursday, October 12, 2006

Friend is a Four Letter Word

to me, coming from you,
friend is a four letter word.
end is the only part of the word
that i heard.
call me morbid or absurd.
but to me, coming from you,
friend is a four letter word.

to me, coming from you,
friend is a four letter word.
end is the only part of the word
that I heard.
call me morbid or absurd.
but to me, coming from you,
friend is a four letter word.
when I go fishing for the words
i am wishing you would say to me,
i'm really only praying
that the words you'll soon be saying
might betray the way you feel about me.
but to me, coming from you,
friend is a four letter word.

Monday, October 09, 2006

NADA COMO UMA MÚSICA APÓS A OUTRA

Risque meu nome do seu caderno
Pois não suporto o inferno
Do nosso amor fracassado
Deixe que eu siga novos caminhos
Em busca de outros carinhos
Matemos nosso passado
Mas se algum dia talvez a saudade apertar
Não se perturbe, afogue a saudade
Nos copos de um bar
Creia, toda quimera se esfumaComo a brancura da espuma
Que se desmancha na areia

Friday, October 06, 2006

ILUSÃO, ILUSÃO, VEJA AS COISAS COMO ELAS SÃO

A morte de uma ilusão é algo muito difícil. Talvez tanto quanto terminar um relacionamento ainda gostando do parceiro. Mesmo quando se sabe que é tudo ilusão, que está tudo condenado ao fracasso. Afinal de contas, é esse o destino natural de tudo que foi criado: o fim, a morte. Mas quando o fim chega cedo demais, o baque é muito forte. Pelo menos nos primeiros instantes. Saber que você não estará mais com alguém que se gosta, saber que não poderá mais dividir cada detalhe da sua vida, não poderá mais pedir a opinião e o conselho da pessoa, isso é quase enlouquecedor. Não importa se vocês passaram só dois meses juntos. Não interessa se você nunca se apaixonou pela pessoa. O que importa é a conjunção das almas. O que interessa é a alegria e a angústia compartilhadas. Parece que se morre mais um pouco... Mas tendo que continuar a viver.

Monday, September 25, 2006

A TRAVESSIA DA BAÍA

Hoje encontrei Deus na Barca Rio-Niterói. Ou melhor, Niterói-Rio. Não que eu tenha enlouquecido de vez, não é isso. Mas sabe quando você se afasta tanto de Deus que deixa de senti-Lo? Pois é. Na verdade, foi um reencontro. Nesse dia de hoje, chuvoso, frio, segunda-feira. Lá estava eu voltando de um encontro que não houve, com mais um zilhão de coisas pra fazer, cheia de preocupações mais do que mundanas. Quando de repente, não mais que de repente, percebi toda aquela beleza que me cercava. Teoricamente Deus fez tudo isso, eu acredito. E fez a nós. e deve estra olhando por nós agora. De repente me conectei com o infinito e a eternidade. Transcendi, mesmo que por um instante, todas as coisas mundanas. Livrei-me do medo e da angustia. Livrei-me das paixões e tive paz por bons dez minutos. A travessia da Baía é sempre uma experiência mágica pra mim. Mas hoje foi muito mais do que isso. Hoje tive um vislumbre de tranquilidade, o que não tenho há tanto tanto tempo, que parece-me a vida inteira. Essa vida besta construída sobre mais erros do que acertos. Essa vida bandida cheia de excessos e faltas, quase nenhum equilibrio.

Sunday, September 24, 2006

SOZINHA

Hoje estou sozinha.
Hoje?
Sozinha?
Nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Será que estou só apenas hoje? A minha vida inteira não foi composta por momentos de solidão? Eu mesma me abandono. Que dirá os outros, fora de mim? Será que qualquer um de nós pode ser realmente acompanhado? Por mekhors que sejam os amigos, será que realmente, genuinamente se importam? Você pode ter um companheiro, admiradores, casos, colegas, irmãos, pais, amigos e mais amigos. Mas será que iiso quer dizer que você não está sozinho? Somos ou não somos ilhas? Do jeito como chove hoje é capaz de transformamo-nos em ilhas rapidamente. Mas chove até nos dias de sol. Nos comunicamos, amamos, rimos, nos identificamos, mas estamos sempre sós.
Lembro que sai da casa dos meus pais - o que alguns acahram precipitado, cedo demais - para ficar sozinha. Queria provar para mim mesma que poderia viver sem o constante contato com as pessoas. Está provado. Mas não precisaria ter saido de lá. Esse contato é apenas ilusório. Buscamos sempre afagos dos outros, sejam eles carinhosos ou violentos. buscamos contato o tempo inteiro. Mas esse contato é real? As almas se comunicam?
No fim, estamos todos sós.

Wednesday, September 20, 2006

IRENE

Irene era uma moça complicada. Tanto quanto sua xará, imperatriz bizantina forte e assombrada por ter mandado cegar seu próprio filho. Nossa Irene, a atual, também era assombrada, mas por ter, repetidamente, frustrado suas chances de ser feliz. Ela mesma sabia disso. Dizia sempre: "tenho um contrato com a dor". Mas não rompia esse contrato. Parecia aos mais próximos que gostava mesmo de sofrer. Temos todos, em maior ou menos grau, o hábito de nos vitimizarmos. Mas Irene era refém de si mesma. É bem verdade que não temos como julgar se uma pessoa é infeliz porque quer, ou porque a vida se lhe apresenta sempre injusta. Mas, e isso se pode dizer com certeza, Irene se enredava com frequência em situações sem futuro. E o pior, fazia isso conscientemente.
No entanto, a alma de Irene era muito maior do que sua vida. A força que guardava dentro de si, embora menosprezada, era-lhe um peso, pois gritava para ela todos os dias que a vida não podia ser assim. A alma queria sempre se libertar das amarradas que a própria Irene lhe impunha. E por mais que seus amigos lhe implorassem, e até perdessem a calma de vez em quando, Irene não os escutava nunca. Eles rogavam a ela que deixasse aquela vida de lamúrias, que quebrasse o círculo vicioso de infelicidades, de relacionamentos doentios, e se voltasse para o que de melhor havia nela. Mas tão acostumada com a dor estava, que lhe parecia impossível romper os muros da angústia.
Mas a esperança de todos é que um dia ela perceba, e que este dia seja breve, que sua alma merece coisa melhor do que a vida que ela insiste em levar.

Sunday, September 17, 2006

DOMINGO

Domingo...
Que saco! Começou um dia lindo, nublado, fresquinho.
Foi ficando ensolarado. Não consigo entender essas pessoas que gostam de dias de sol
São quase duas horas e eu acho que ainda é manhã.
Detesto dimngo.
Daqui a pouco passa.
E fica pior... segunda-feira.
Eu lembro dos domingos na casa dos meus pais.
Eu acordava sempre com música tocando na sala.
Vez ou outra tínhamos que ir pra Ilha... saco!
Parece que o descanso de Deus não surte bons efeitos em nós, humanos.
Senão, vejamos.
No 1o. dia Deus criou a luz e a treva, chamou um de dia e outro de noite.
No 2o dia Deus criou o firmamento e deu-lhe o nome de céu (só estou seguindo a Bíbli de Jerusalém, qq contradição falem com o Cara!)
No 3o dia, aparentemente, Deus criou a terra e seus frutos ( e a decoração começava).
No 4o dia, Deus criou os astros (estava no capricho, uma belezura danada!)
No 5o. dia Deus criou os peixes para o mar e as aves para o céu.
No 6o dia Ele criou os animas, feras e répteis, sempre achando tudo muito bom. E criou também uns animaizinhos estranhos, os homens. Parece que ficou muito satisfeito (mas não por muito tempo...)
E no 7o dia, achando tudo muito lindo, foi tirar uma soneca. E aí até hoje, enquanto Ele descansa, nos santificamos o domingo (ahãn) coçando o dia todo. Para aqueles, lógico, que têm a descência de descansar, pq alguns de nós têm que ficar escrevendo projeto de doutorado, corrigindo prova, buscando material de aula e coisas do gênero.

Saturday, September 16, 2006

OS SAMBAS MAIS FODAS DO UNIVERSO

É claro que não poderia deixar de fazer minha listinha bááásica dos sambas que eu mais amo. Antes mesmo de começar já sei que vou me esquecer de vááários! Mas vá lá! E outra, não estão em ordem de preferência. E mais, pagode, samba, partido alto, tá tudo misturado.

Tendências - Jorge Aragão
Injuriado - Chico Buarque
Faixa Amarela - vários
Desritmia - Martinho da Vila
Quando Bate uma Saudade - Paulinho da Viola
Meu Mundo é Hoje - Paulinho da Viola
Coisinha do Pai - Jorge Aragão/Almir/Luiz Carlos
Saudosa maloca - Adoniran Barbosa
O Sol nascerá - Cartola
Leviana - Zé Ketti/ Amado Régis
Senhora Tentação - Cartola
Ê Baiana - Clara Nunes
Pelo Telefone - Noel Rosa

É, acabou a inspiração por enqaunto, mas daqui há pouco vem mais!

ALEGRIA TRANSCENDENTE - O SAMBA

Ainda hoje não consigo entender a alegria transcendente que me invade quando escuto bons sambas. Não sei se é uma capacidade espiritual, alguma sensibilidade maior ao que é belo, ou se é algo que veio com minha criação. Lembro-me agora de uma das minhas mais antigas memórias. Eu devia ter uns 5 anos, talvez menos. A sala do apartamento da R. São Clemente, em frente ao casarão enorme da Prefeitura. Um aparelho de som prateado, com aquela tampa de plástico fumê que protegia o vinil. E ali estava Chico. O Chico que marcou minha vida inteira, e continua marcando. A música era "Deixa a menina":
"Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São dez horas
O samba tá quente
Deixa a menina contente
Deixa a menina sambar em paz
(...)
Por trás de um homem triste
Há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher
Mil homens sempre tão gentis"
Claro que naquela época eu não entendia. Só ficava fascinada pelo ritmo, pela cadência das palavras. Hoje entendo bem, até demais. Quantos sambas já frequentei, quantos rapazes já vieram e foram...Felizes, tristes e gentis. Certo, foram muitos mais os sambas do que os rapazes! Mas os sambas sempre me ajudaram a pensar melhor na vida. Não só os sambas, mas principalmente eles. Não faz tanto tempo, talvez há uns 4 anos, fui com meu pai a uma apresentação do Trio Madeira Brasil (que aliás, anda sumido). E eles tocaram, a moda do choro, Fuga y Misterio, do Piazzola. Foi a primeira vez que eu ouvi aquela música. Estava mal, muito mal. Saindo de um relacionamento intenso e importante. Naquele período de sofrimento profundo. Mas, ao escutar aquela música, de repente a dor se anuviou! Como se fosse mágica. Meu pai estava presente também quando fomos ao show do Elomar. A primeira vez que eu o via ao vivo! Indescrítivel. Nele está representado o meu eu mais profundo. O meu eu filha de nordestinos, o meu eu estudiosa da Idade Média, o meu eu lírico, o meu eu preocupado com a pobreza e a grandeza do meu povo.
Na minha concepção, não há arte mais sublime do que a música. Também nunca me esquecerei do show do REM no Rock´n´Rio. Fiquei rouca por uma semana, as pessoas se afastavam de mim de tanto que eu gritava as músicas! Shows marcantes foram também os do Cake, e do espetacular Dave Matthews no Free Jazz. E todos, TODOS, do Los Hermanos. Principalmente o no. 500, com o Toranja. O do Canecão, que eu fui com minha mami. No Canecão vi também meu primeiro ( e até agora, único) show do Chico, em Paratodos. Antônio Nóbrega, com quem tomei aulas, de quem eu era constante tiete.
Em shows, apesar do meu ódio eterno por multidões, me sinto inteira. Completamente integrada comigo mesma. Não sei se é o escuro ou a presença infalível da música.
Mas nada, nada, me dá uma alegria mais gratuita do que ir ao Carioca da Gema, ou ao Centro Cultural Carioca, ou a qualquer outro lugar onde se toque samba de verdade (detesto a expressão muderna "samba de raiz"). Está tudo ali: a verdadeira empolgação por se fazer, cantar, tocar e escutar samba. Infelizmente, como boa rabugenta que sou, me cansei de frequentar esses lugares porque de repente eles começaram a ser frequentados por gente que não estava no clima. Por profanadores de templo! Mas quando dá aquele aperto no coração coloco aqui minhas musiquinhas e sigo sentimento a mais transcendete alegria!

Friday, September 15, 2006

LINDO

Hoje fui a um churrasco. Na verdade era só uma desculpa para uma coisa muito mais importante: a demonstração de amor. Uma reunião de amigos sempre é uma grande ode ao amor fraternal. Esses, então! Foram poucas pessoas. Mas ali se viu de todos os tipos de amor, inclusive o mais importante: o amor entre amigos. Mas também havim demonstrações de amor entre homens e mulheres, casais novos e antigos. Demonstrações de amor entre irmãos e irmãs, mais velhos e mais novos. Demonstrações de amor (ou seja o que for) entre o homem e seu vício (cigarro, cerveja, comida, briga etc).
Mas isso me faz pensar na pessoa que me levou até lá: meu irmão. Talvez meu irmão seja a pessoa que eu mais ame no mundo todo. Amo meus pais e minha irmã profundamente, mas é um amor diferente. O amor pelo meu irmão mistura alguns elementos muito únicos. Meu irmão é radicalmente diferente de mim, mas temos os mesmos valores. Então há amor de identificação e de diferença. meu irmão é mais novo, é meu irmãozinho, de certa forma eu me sinto responsável por ele.
Há pouco tempo ele se formou "doutor", meu irmãozinho... Nunca chorei tão sentido na vida. Acho que poucas vezes estive tão verdadeiramente feliz quanto no dia de sua colação de grau.
Meu irmão é marrento, briguento, machista, esquentado, esquece da gente de vez em sempre. Mas é uma das pessoas mais lindas do mundo. Quase tudo que ele faz eu acho lindo. Como se eu mesma o tivesse colocado no mundo. Talvez não seja bem isso. Talvez seja apenas o fato de que sei, uma das poucas coisas que sei, realmente, que ele sempre sempre sempre vai estar ao meu lado. Não pra me apoiar em tudo o que eu faço, mas pra me sustentar de alguma forma. Mesmo que não concorde comigo.
Tiago Coelho Fortes, eu amo você incondicionalmente!

Wednesday, September 13, 2006

ALGUMAS PESSOAS

É ou não é verdade que existem certas pessoas que a gente simplesmente ama?

Acabei de falar com alguém assim. Um Homem. Mas não vão pensando que tem alguma coisa carnal por trás desse amor. Não que ele seja um ogro, muito pelo contrário. Mas digo Homem, assim com H maiúsculo por conta da sua integridade. E, até onde eu sei, é íntegro em tudo. É professor, o que dá brecha pra mil garotinhas lindinhas, novinhas e magfrinhas correrem atrás. Mas fala sempre da sua mulher com tanto respeito, com tanto amor, que duvi-de-ó-dó que a traia.
É o único, vejam bem, único professor que eu conheço que diz sentir muito mais prazer interagindo com seus alunos do que com seus pares. Nem a minha Sagrada, Adorada e Eterna Orientadora diz isso! (Embora eu precise dizer que ela gosta muito mais de dar aula do que de qualquer outra atividade relacionada ao mundo acadêmico).
Além disso, esse Homem já me disse algumas vezes que prefere se aborrecer e dizer o que pensa, do que calar. Íntegro, é daqueles que lutam por seu ideal. Completamente honesto. Se aborrece com seus pares (rabugentos, briguentos, pessonhentos), mas não se aborrece com seus alunos. E mais, é um professor extarordinário!
Esse Homem me acolheu sem nada perguntar. Sempre que lhe procuro, invariavelmente em desespero, me escuta, me ajuda, me acalma, me apóia. E tem mais, gosta de samba e é engraçado!
Já sei, vocês acham que essa é mais uma peça de ficção! Mas não é, ele existe! E, se Deus, minha Nossa Senhora do Pérpetuo Socorro, minha Santa Catarina de Alexandria e meu Santo Domingos de Gusmão permitirem, vai ser meu orientador!

PENSANDO

Como é de se perceber, ando dedicando longos momentos de meditação a história de nosso caro Marcolino. Nome infeliz, o do amigo. Mas pessoa feliz, embora não nesses últimos tempos. Conheço-o já há alguns anos. Companheiro de altos e baixos, de noitadas etílicas, de viagens a trabalho que, invariavelmente, terminam em outras noitadas etílicas. Marcolino é feliz porque está cercado constantemente de amor. E não é essa a definição da felicidade?
Lembro-me agora de uma aula longínqua, no curso de filosofia da Uerj. A professora falava sobre a felicidade para Aristóteles. Dei uma olhadinha no "Ética a Nicômaco", manual de como se viver bem. O grande estagirita diz, dentre outras coisas, que a amizade é um auxílio à felicidade, que só encontramos pura em nós e que surge do conhecimento da nossa alma. Aristóteles fala do homem ideal, que não se preocupa em demasiado, não tem maldade, não gosta de falar, enfim é pouco vaidoso. Este é Marcolino. Esta é a lição para Marcolino.
Ele tem uma vida cercada de amor: de seus amigos queridos, de sua esposa, de seus filhos, de seus pais. Amizade, daquela verdadeira, não lhe falta. É tão cheio de amor dentro de si, corresponde ao amor de todos com ainda maior intensidade. Como uma pessoa dessas pode sofrer tanto? Marcolino não quer ver a verdade por trás do mundo. Marcolino se esconde. E busca em Teresa um amor tão grande quanto aquele que tem dentro de si.
Mas estaria eu me precipitando? Será que é amor mesmo que Marcolino busca em Teresa? E se não for? Talvez Marcolino só queira alguém pra se divertir, em seus próprios termos. Alguém que corresponda aos seus anseios intelectuais e sexuais. Não é necessário um "amor dirigido", digamos, pra isso. É necessário apenas aquele "amor genérico", o bem querer difuso pelo que é "humano, demasiadamente humano". Talvez seja apenas isso, "somente sexo e amizade". Mas, sendo o que for, desejo sempre sorte para o meu - nosso - bom e querido amigo Marcolino. Que ele tenha paz, enfim.

Monday, September 11, 2006

MARCOLINO E TERESA

Ontem encontrei Marcolino. Estava triste e triste, o coitado. Dizia-me, com uma expressão desolada, o quanto lhe fazia falta Teresa. Escutei, com um grande peso no coração, todas suas lamúrias. Ele não acreditava mais na veracidade das palavras de Teresa, que a princípio lhe pareceram tão sinceras. Disse que havia se apaixonado por suas palavras, pela possibilidade de enfim ter encontrado uma alma gêmea. Pobre diabo, estava inconsolável. Tentei defender Teresa, para anuviar sua dor. Talvez ela seja uma daquelas pessoas que fogem aos primeiros raios de afeto. Ou, talvez, disse eu com um soriso de esperança, ela seja caçadora. Uma daquelas raras mulheres que preferem caçar a ser caçadas. E Marcolino bebia minhas palavras sedento. Em seus olhos brilharam uma ponta de felicidade. "Pois é, talvez", me disse. Mas logo voltou a seu torpor, pois ele queria caçar. Ele queria estar com teresa. Senti uma pontinha de inveja de uma paixão assim tão avassaladora.
Lembrei-me, no entanto, das palavras de Adamastora, a sábia (ou quase) analista da psique humana. Dizia ela que marcolino buscava a alegria fora de si, quando deveria buscá-la em si mesmo. Típica frase de agenda de adolescentes... Mas vá lá. Então lembrei a Marcolino o trecho de uma canção que, eu sabia, também lhe era cara: "Índios", e declamei:
"Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você quem tem a cura pro meu vìcio
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi"
Aaaah, os olhos de Marcolino marejaram. Eu, rapidamente, apresentei-lhe minha interpretação. "Esse 'você', caro amigo, não é outro, mas nós mesmos". Senti uma expressão de reconhecimento em seu rosto. E ele lembrou, como bom fã de renato Russo: "Exato! Ele fez isso em Maurício". Canção essa que eu, sinceramente, desconheço. Parece que Marcolino partiu com um pouco mais de esperança no coração. Foi embora um pouco mais fortalecido. Para que, afinal servem as paixões, senão para nos enlouquecer por instantes, e depois nos tornar mais fortes?

ADAMASTORA

Ainda agora conversava eu com Adamastora. Pessoa excelente a Adamastora, grande amiga de Marcolino. Adamastora tem por hábito fazer profundas (ou quase) análises psicológicas das pessoas, conhecidas e nem tanto. Dizia-me Adasmatora que Marcolino procura repetidamente se apaixonar. (Eu não sabia, contaram-me somente do caso com Tteresa.) Segundo nossa sábia (pu quase) analista da alma humana, Marcolino busca a felicidade, porque não leva uma vida feliz. Ou, pelo menos, acha que não. Marcolino busca a felicidade inventando paixões. Ora, vejam só! Mas encontra nelas apenas delisusão, pobre Marcolino. E a busca por esses sentimentos grandiosos, ainda segundo Adamastora, paixão, delisusão, esconde apenas os reais sentimentos de infelicidade e inadequação. Criatura complexa, o nosso Marcolino. Perguntei, curiosa, a Adamastora: "Mas porque Marcolino é tão infeliz? O rapaz tem uma vida tão completa!" Adamastora não soube me responder. Mas disse que Marcolino esconde a grande infelicidade, e mostra apenas as "pequenas", ou seja, as paixões e desilusões.
Pergunto-me, então: Marcolino é, de fato, infeliz? Ou apenas um louco varrido que anda atrás de sarna pra se coçar? Eu mesma já estive em situações em que buscava um algo mais, alguma coisa que faltava, fora de mim. Até que aprendi, na marra, que não adianta nada procurar fora, o segredo é procurar dentro. É se bastar. De repente Marcolino esqueceu de si mesmo... Quem sabe?

HERMENGARDA

Estava agora mesmo conversando com uma amiga de longa data, a Hermengarda. Apesar do nome, é uma pessoa extraordinária. Tão emaranhada nas confusões da vida quanto eu. Chegamos a uma conclusão muito sombria: o ser humano, pelo menos aquele marcado por desilusões, acaba sempre encontrando uma maneira de se auto-sabotar. Não sei se essa é uma máxima universal. Mas discutimos alguns casos clássicos de auto-sabotagem de conhecidos e não pudemos nos furtar a chegar à dita conclusão.
Vejamos, por exemplo, o caso de Marcolino. rapaz bonito, inteligente, interessantíssimo. Casado, realizado profissionalmente. Um dia conheceu Teresa, mais jovem, cheia de vida, cheia de afinidades. Teresa queria ser livre, não queria compromisso. Marcolino já tinha compromisso. Mas quis Teresa. Conversaram muito. Tornaram-se amigos. E Marcolino queria estar sempre em contato com Teresa, que lhe dava tanta vida. Mas Teresa se cansou. Teresa não queria estar sempre em contato com Marcolino. E começou a excluir Marcolino de sua vida. Enquanto antes lhe contava tudo, agora sequer dizia oi. Marcolino entristeceu-se. Falava de si para si: "Não pode ser, não admito!". Não admitia sua fraqueza. Surpeendia-se com a tristeza que o invadia todo santo dia. Até que resolveu, como o ato de um desesperado, não procurar mais Teresa.
Infelizmente, não sei do resto da história. Hermengarda não encontrou mais com Marcolino. Mas nós duas vemos tudo da seguinte maneira: Marcolino levava uma vida sem muitos atropelos amorosos. Quando começou a se interessar por Teresa tinha plena consciência de que aquili terminaria mal. Mas mesmo assim se enredou em seus encantos. É como se ele quisesse sofrer. Nas suas próprias palavras: "eu queria pular uma fogueira". A imagem não é lá essas coisas, mas é como se, ao ver aquele desafio, aquilo brilhando, incandescendo, ele tivesse que pular, mesmo sabendo que poderia cair e se queimar feio. Acabou se chamuscando. Não sabemos ao certo, eu e Hermengarda, a extensão da queimadura. Mas sabemos que ele vai sarar. Será que ele sabe?

Sunday, September 10, 2006

ADOLESCÊNCIA

Acabei de reler vorazmente mais um dos livors da minha adolescência: "Música ao Longe" do Érico Veríssimo. Tento me lembrar agora em que momento eu estava quando o li pela primeira vez. Certamente apaixonada por algum garoto. Certamente cheia de aflições pelos mistérios da vida.´E constatei: é triste envelhecer e só ganhar de novo a amargura. A protagonista, Clarissa, é uma professorinha de 16 anos numa cidadezinha riograndense. Eu sou uma professorinha de 28 numa grande metrópole. Ela, bobinha, bobinha. Eu, uma parva. Muito mais imbecil do que ela, que tem todo o direito à imbecilidade, já que é uma professorinha de 16 anos numa cidadezinha riograndense.
Eu não tenho qualquer direito a imbecilidade. Não tenho direito a sonhos, nem a ilusões. Mal tenho direito a descanso. Felicidade, então, nem se fala. "Todos temos direito de ser felizes". Que frase mais estúpida. Quem disse isso, em que lei universal está escrito que todos os homens têm direito de ser felizes? Não, não tem! Digo e repito. Não existe felicidade. Não é sequer uma questão de merecimento. Quanta gente quase santa vemos por ai que sofre desesperadamente? Quanta gente escrota rindo, divertindo-se, sendo feliz? Não sou santa, nem escrota, e repetidamente as chances de felicidade se negam a concretização.
Mas o que estou dizendo, afinal? Pareço uma velha caduca reclamando de tudo. Pois se tenho um companheiro amoroso, uma família centrada e carinhosa, amigos preocupados, um emprego, uma casa, meus livros, meu cigarro e minha cerveja, algum resquício de inteligência. Como posso, em sã consciência, negar que tenho chances concretas de ser feliz? Tenho que chamar a minha própria atenção para minha rabugice. Tenho que me policiar. Sou um ser humano patético.

Tuesday, September 05, 2006

SIM, EU SOU REALMENTE DOIDA!

Sabe quando os amigos brincam com você, te chamando de doida? Pois é, acabei de descobrir que não é brincadeira! Sou doida mesmo! Êêêêêêêêê!!!!! Muito provavelmente tenho uma parada chamada Transtorno afetivo bipolar! Que legal!!!! Lógico, esse diagnóstico se baseia na minha pópria percepção. Mas, eu sendo louca, não confio muito, não! ahahaha. Então leiam e me respondam: é ou não é?

Fase maníaca: O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias. O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso.

Fase depressiva: É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto.

IEI! Loucura, loucura, loucura!

TRILHA SONORA DA SEMANA

MAIS UM MOMENTO MUSICAL
patrocinado por Cigarros Free, uma questão de non senso

1. Risque - Ary Barroso (Isso mesmo, vai encara?)
2. I Need Some Fine Wine and You, You Need to Be Nicer - The Cardigans
3. I Wish You Love - Michael Bublé
4. Mutante - Daniela Mercury (Aaaargh! Mas a música é da Rita lee)
5. Fico Assim sem Você - Adriana Calcanhoto (Mas é Claudinho&Bucheca!!!!)
6. É de Lágrima - Los Hermanos
7. Negue - Maria Bethânia
8. Eu nunca te amei, idiota - Ana Carolina
9. Na Merda - Mombojo

E a vida é só alegria!
Não necessariamente...

Monday, September 04, 2006

ALGUÉM A QUEM AMAR, POR MAIS MISTERIOSO QUE ISSO SEJA!



Essa é uma foto tirada por uma pessoa que me ama. É tão bom saber que, mesmo depois de quase todos os defeitos revelados, alguém ainda consegue te amar. Alguém que te vê todo dia, que está com você quando você está doente, quando você está de TPM, quando você está bêbada, quando você está estressada, quando você está com ódio do mundo, quando você está sem assunto, quando você está cansada, quando você está frenética, quando tem crise de esquizofrenia, qaundo tem crise de bobeira, quando tem crise de riso, quando tem crise de choro, quando tem crise de insegurança. Blá blá blá. Ainda que fica com você mesmo quando você é escrota, irônica, injusta, grosseira, pedante, irritante.

Não sei se esse meu homem quer se candidatar a santo. Mas tenho a plena consciência de que não sou fácil. E estou, cada vez mais, apurando meu senso de escrotidão. E ele, aqui, do meu lado. Esse pra mim sempre vai ser um mistério da alma humana. Como duas pessoas, tão diferentes como nós dois, podem se aturar e, muito além disso, se amar? Ou outros, todos os outros, que já passaram pela minha vida, que me desculpem, mas esse é o cara! Esse tal de Marcio, que atende por meu consorte, é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci na vida. Tá certo, tá certo, ele tem defeitos. Chatíssimos, por sinal. Mas não tem jeito. É ele, só ele, que eu amo.

Sunday, September 03, 2006

CANSAÇO

Às vezes parece que o cansaço que sinto é milenar. Vem de outras vidas, se acumulando ao longos dos séculos. Em alguns momentos é como se ele deixasse de existir, e eu fosse nova outra vez. Em outros, ele volta com toda a força. Mas não assim, sem motivo. Algumas situações me enfadam terrivelmente. Como a falsidade, por exemplo. Sinto até algo físico se me deparo com alguém descaradamente falso. E fico tão cansada, que não me dá vontade nem de protestar. Outra coisa que me cansa muito é me sentir desvalorizada. Nossa, isso faz com que eu até deixe de me interessar por alguém. E só Deus sabe como eu me interesso profundamente por pessoas. Invisto nelas, me comprometo com elas. Mas quando não vejo retorno, ou um retorno muito aquém das expectativas, canso. Por mais bonita que seja a amizade, por mais gostoso que seja o cara, entro num processo de "desamor" gradual e certeiro. Talvez seja algum mecanismo de proteção maluco. Lento, mas constante. E triste, até certo ponto. Não consigo sustentar essas situações por muito tempo. Devo estar ficando velha mesmo.
É De Lágrima (Marcelo Camelo)

É de lágrima
Que faço o mar pra navegar
Vamo lá!
Eu não vi, não, final
Sei que o daqui
Teimou de vir, tenaz assim
Feito passarim

É de mágica
Que eu dobro a vida em flor
Assim!
E ao senhor de iludir
Manda avisar, que esse daqui
Tem muito mais amor pra dar

Mesmo com tudo errado, tudo atrapalhado. Mesmo surrada, menosprezada. Mesmo por tudo, e apesar de tudo, tem alguma coisa em mim que não morre. E não é algo específico (não se iluda), mas sim universal. Um sentimento que, mesmo difuso, é duro como uma pedra em meu peito. Não o dou a um ou a outro, como pessoas individuais, mas as escolho para "aplicar" o sentimento. Que as ultrapassa em muito e muito. Em algumas, o sentimento chega e sossega por momentos. Em outras, ele briga por não se adaptar, mesmo querendo. E essas brigas, essas ilusões, não apagam o sentimento. Apagam a pessoa. É como se houvesse uma fonte inesgotável, imorredoura. Não adianta, sempre tem mais. Por mais que eu mesma não queira. Por mais cruéis que sejam as experiências, por mais lágrimas que encham o meu mar, sempre encontro uma maneira de dobrar a vida em flor.

Monday, August 28, 2006

NA MERDA

Madrugada de segunda pra terça. Qualquer pessoa normal estaria dormindo. No máximo já de pijaminha assistindo televeisão. Mas eu? Eu não. Estou na frente do computador, pra variar, mezzo desesperada com tudo. E pra variar mais uma vez, na merda! Na merda porque acabei de chegar de um dos meus lugares preferidos do universo: Santa. E de, por estar lá, ter me lembrado de dias melhores. Na merda porque meu irmãozinho, tão pequenininho, agora é gente grande, virou doutor! O que significa dizer que eu estou velha. Na merda porque meu pequeno consorte está far far away, viajando, e eu vou dormir sozinha nessa casa gigantesca. Na merda porque amanhã vou dar oito tempos de aula, entre Candelária e Piedade. Na merda porque ainda não sei o que o dia de amanhã reserva pra mim. Na merda porque me habituei, tão rápido, tão rápido, a uma rotina tão doce, tão doce, e hoje ela se quebrou. Na merda porque escuto uma música de término, tão triste, tão triste, e não quero pensar em términos. Na merda porque assisti "Pride and Prejudice" e, mais uma vez, constatei que eu não sou de hoje. O amor que eu tenho em mim é de 200 anos atrás. Na merda porque sou inadequada pra mim mesma. Na merda porque tenho um zilhão de coisas pra fazer, e nada sai do jeito que eu queria. Na merda poruqe...só faço merda!

Saturday, August 26, 2006

TANTO O QUE DIZER, E NADA AO MESMO TEMPO

Não sei exatamente o que dizer, mas algo grita dentro de mim. De uma só vez quero e não quero me apegar a uma situação. Quero e não quero viver, experimentar. Foram tantos males, tanto sofrimento. Acabo me amedrontando. As mensagens são, ao mesmo tempo, confusas e claras. Claras porque ditas, repetidas, em alto e bom som. Mas se eu concordo, reproduzo as mesmas mensagens, e as que saem de minha boca são todas falsas? Mas além das palavras existem os gestos. E aí, confusão. Existe a tentativa de alcance, existe o carinho, a confiança, a entrega, a cumplicidade. E tudo isso de repente. Já dizia minha vózinha: "O que vem fácil, vai fácil". E o eu moleque, que eu tanto louvava uns dias atrás? Está sendo repetidamente surrado pelo outro eu. Ao mesmo tempo renovação e cansaço. Ao mesmo tempo mágica e desilusão. Ao mesmo tempo sinceridade e mentira. Nossa, como é cansativo ser gente!

Tuesday, August 22, 2006

TODO CAMBIA

É engraçado como, de repente, tudo muda. E muda mesmo sem que saibamos o exato porque. Talvez uma palavra, quem sabe um pensamento novo. Os ares mudam, o ambiente tão frequentado ganha outra luz. Os dias se tornam mais longos, ou mais curtos. De repente, não mais que de repente, algo te enche de esperança. Ou tira tudo o que havia de bom em você.
É interessante como alguns momentos são, claramente, de transição. E do mesmo jeito que chegam, vão. Sem aviso, sem previsão. O que torna tudo muito inseguro, muito instável. E para quem tem mania de controle, isso é de uma angústia torturante. Temos a nítida sensação de que um eu novo veio a tona. Ou um eu velho, criança, moleque, livre, que passou anos e anos escondido, com medo de vir ao mundo novamente.
Pela minha experiência, esse eu acaba voltando pra debaixo dos panos mais cedo ou mais tarde. Combalido, maltratado, envergonhado. Nossa, que pessimismo. É o outro eu falando. O eu que detesta o moleque pirracento, cheio de vontades loucas, sem qualquer culpa. O eu cristão tenta sufocar o eu pagão. Mas eu sei mais do que isso.
Mas enquanto esse eu pagão está por ai solto, cantando e pulando, vou abraçá-lo com todas as forças. Esperando mantê-lo em sobrevida, ao menos, pelo máximo de tempo possível.

Monday, August 21, 2006

HOMENS ... Ô RAÇA!

Não pára de me impressionar a diversidade humana, juntamente com uma certa constância em certos comportamentos. O que me despertou esse pensamento mesmo agora foi a forma como certos antigos relacionamentos reagem a tentativas de aproximação. Parece que os homens, ou pelo menos áqueles que entraram na minha vida em algum momento, não entendem um ponto muito básico do que vem a ser envolvimento pra mim: no fundo, amizade. Não há possibilidade de paixão, amor ou qq coisa que o valha, sem amizade, sem admiração. E isso é algo que dificilmente muda. Mesmo o que o cara tenha cometido a escrotidão mais profunda, depois de um tempo passado, meu carinho pela pessoa sempre retorna. Eu sei, eu sei: sou uma otária! Não luto mais contra isso. Mas enquanto o vento aqui quase derruba as janelas, e eu tenho mais um milhão de coisas pra fazer, não posso parar de me impressionar com o medo, a presunção, a frieza de "certas e determinadas" pessoas.
Todo final de relacionamento me leva sempre a pensar a mesma coisa: que desperdício de energia! Mas isso não deve ser assim. É possível haver amizade depois de um rompimento! Meus ressentimentos sempre passam. Vinícius não dizia que a mulher deveria ser só perdão? Então! Mas os homens não são como Vinicius, pelo visto... Os homens simplesmente desperdiçam energia e acabou. Não buscam reciclar os sentimentos dedicados durante o relacionamento em algo mais duradouro, como a amizade. Que cultura mais besta essa da masculinidade!

Thursday, August 17, 2006

MUITO TRABALHO ... E DIVERSÃO

A melhor coisa do mundo é quando nosso trabalho é diversão também. Essa semana trabalhei como uma camela! Quase não dormi, não ganhei muito em retribuição material, mas por outro lado... Muita satisfação de fazer o que eu faço! Muita realização de saber que, mesmo com tantas crises ao longo dos anos, mesmo com toda a sacanagem e imundície do meio acadêmico, mesmo com todos os bilhões de filhos da puta que estão por aí, algo se salva. Muito se salva, na verdade. E nunca sei o que é melhor: se a glória de saber que a dedicação compensa, ou se são as amizades que se faz. Eu amooooo meu trabalho, a perfeita (ou quase) combinação entre relacionamentos humanos e pensamento crítico. E, novamente, tenho que agradecer. Agradecer aos meus alunos que me fizeram crescer como profissional e como pessoa. Agradecer acima de tudo, a tr?es pessoas, ou melhor, a três entidades que fizeram de mim a profissional/pessoa que sou hoje: mami, papi e minha Leiloca amada, minha orientadora eterna, para todos os assuntos!

Friday, August 11, 2006

ALGUMAS PALAVRAS SOBRE O MEU MAIOR TESOURO

Eu tenho um tesouro. Não adianta querer desenterrar. Ele está aqui, sempre junto de mim. São os meus amigos. É impressionante como um gesto bobo, uma palavra casual, podem despertar um sentimento tão grandioso de gratidão. Sou muito, imensamente, infinitamente grata pelos meus amigos. Nas horas mais difíceis, são eles que me amparam. Nas horas mais felizes, é com eles que compartilho. Nas ilusões, desilusões, confissões, eles estão aqui. Até nos dias mais comuns, como o de hoje, são eles que dão uma temperada e transformam tudo em mágica, em riso, em conversas cabeça, em conversar "miolo de pote". Só queria que vcs soubessem, meus amigos próximos, distantes, novos e antigos, e até aqueles que nem sabem que já são considerados amigos, com quem, de repente, não mais que de repente, me preocupo, que agradeço. Também a vocês, mas principalmente àquele que olha por nós, por ter me feito tão rica.

Tuesday, August 08, 2006

PEQUENO POEMA DE UM GRANDE POETA

ERRA UMA VEZ - Paulo Leminski

nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez

Monday, August 07, 2006

TRILHA SONORA DA SEMANA

Pois é, eu também sou daquelas que ouve a mesma música um trilhão de vezes! E aí vão as mais tocadas dessas semanas no meu Windows Media Player:

  1. Electrolite - REM
  2. Injuriado - Chico Buarque
  3. Educação Sentimental - Kid Abelha
  4. Fleur de Saison - Emilie Simon
  5. Êscandalo - Caetano Veloso
  6. Say Goodbye - Dave Matthews Band
  7. For What It´s Worth - Cardigans
  8. Laços - Toranja
  9. Rázon de Vivir - Mercedes Sosa
  10. Se ela dança - Mc Leozinho (Juro! Hahaha)

JOGO DA VERDADE

Sim, acreditem se puder! Esse grandioso e mundialmente conhecido blog também está aqui para oferecer serviços imprescindíveis de utilidade pública. É verdade! E o que seria mais necessário do que fornecer algumas boas perguntas para o Jogo da Verdade?

Esse Jogo milenar, grande instrumento para o conhecimento da psique humana (ou apenas uma forma de saber detalhes picantes sobre a criatura que você quer pegar), tem alguns meandros complexos. Certamente você já se deparou com momentos de intensa busca mental, ao ver aquela garrafa (ou caneta, ou vibrador, hahaha) apontando pra você! É ou não é? Por isso ofereço a meus caros visitantes em apuros algumas questões que podem ser colocadas nesses momentos de tensão. São todas resultado de uma intensa e seríssima pesquisa sócio-antropológica levada a cabo por mim mesma, ao longo de anos de vida boêmia. Ah, e lembrem-se amiguinhos, todas essas perguntas podem ser adaptadas para o glorioso jogo do "eu nunca"!

  • Com quantas pessoas você já transou?
  • Quantas pessoas você já pegou no mesmo dia?
  • Qual é sua maior fantasia?
  • O que vc mais gosta de fazer na cama?
  • Quem você pegaria no seu trabalho/faculdade/etc?
  • Qual foi o lugar mais estranho onde vc já transou?
  • O que vc faz para seduzir alguém? (eesa é ótima pra saber se a pessoa tá te querendo!)
  • Com quantos anos vc perdeu a virgindade?

Como se pode perceber, são todas perguntas profundíssimas! Afinal de contas fazemos sexo com o corpo, e o corpo é o templo da alma. Uau! Isso sim é que é profundo!

Thursday, August 03, 2006

Show dos Los dia 31, show do Chico se aproximando a passos largos... Êta vida boa! Por outro lado, acabou a moleza! O trabalho vai começar já já! Quer dizer, já começou. Seria tão bom se a vida fosse assim, eternamente férias... Eternamente acordar tarde e dormir tarde. Queria escrever aquela velha redação "as Minhas Férias", e só trocar o título: "A minha Vida"! Profundo, profundo!
É isso ai, foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo!

THINGS WE SAID TODAY

Nada melhor do que entitular meu primeiro blog (que lindo!) com mais essa música absolutamente genial dos Britos, que tinha aquele cantor João Lemos, lembra?

Mas o título tem a ver com meu intuito com esse troço aqui, que é o de simplesmente falar! Ou melhor, escrever. Não que eu pretenda escrever alguma coisa que preste. É só mais uma forma de me comunicar com meus amiginhos e com o mundo.

Hey ho, let´s go!