Monday, May 05, 2008

2008?

Putz, primeira postagem de 2008!
Porque demorei tanto pra escrever? Não há mais nada sobre o que eu queira falar?
O que há de realmente meritório de entulhar ainda mais a internet? Minhas tergiversações sobre as pessoas, os relacionamentos, o avançar da hora, da idade?
Não há mais certezas, não há qualquer segurança em nada além da minha existência.
Minha existência extenuada, cansada, acabada, e morta de alegria e esperança por pequeníssimas coisas. Mas igualmente morta de medo e arrependimento por ser como eu sempre fui. Por mais que alguns defeitos tentem ser erradicados, colocados em campos de concentração na minha alma, eles acabam vindo e me apunhalando pelas costas.
Hoje sei que o destino incontornável de todos a quem amamos é nos decepcionar. As decepções pordem ser perdoáveis, e podem não ser. Podem nos fazer chorar, e podem nos dar mais certeza de nossos princípios.
De uma maneira estranha, as decepções podem nos fazer ver o quanto somos, nós mesmos, pessoas boas, legais, corretas, honestas, cheias de princípios. E o resto é escória, é erro, é trevas. Até quem está ali do teu lado agora, sempre esteve, e - felizmente ou infelizmente - sempre estará, pode te fuder por completo.
Mas quando uma punhalada destas te traz carinho, solidariedade, compreensão, de onde menos se espera... Aaaah, então pode ter valido a pena!
Portanto, em 2008, 0 ano que passarei com 30 primaveras, tudo permanece mais ou menos como sempre foi: continuo fazendo merda, continuo amando incondicionalmente, continuo trabalhando que nem camela. Mas aceitei. Aceitei esse destino de mil responsabilidades. Estou em paz com as escolhas certas e erradas. Porque uma coisa não mudou e, espero, não mude jamais: essa capacidade aparentemente infinita de amar a criação divina como ela chega até mim. Defeituosa, irônica, pervertida. Generosa, surpreendente, envolvente.

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