Wednesday, September 13, 2006

PENSANDO

Como é de se perceber, ando dedicando longos momentos de meditação a história de nosso caro Marcolino. Nome infeliz, o do amigo. Mas pessoa feliz, embora não nesses últimos tempos. Conheço-o já há alguns anos. Companheiro de altos e baixos, de noitadas etílicas, de viagens a trabalho que, invariavelmente, terminam em outras noitadas etílicas. Marcolino é feliz porque está cercado constantemente de amor. E não é essa a definição da felicidade?
Lembro-me agora de uma aula longínqua, no curso de filosofia da Uerj. A professora falava sobre a felicidade para Aristóteles. Dei uma olhadinha no "Ética a Nicômaco", manual de como se viver bem. O grande estagirita diz, dentre outras coisas, que a amizade é um auxílio à felicidade, que só encontramos pura em nós e que surge do conhecimento da nossa alma. Aristóteles fala do homem ideal, que não se preocupa em demasiado, não tem maldade, não gosta de falar, enfim é pouco vaidoso. Este é Marcolino. Esta é a lição para Marcolino.
Ele tem uma vida cercada de amor: de seus amigos queridos, de sua esposa, de seus filhos, de seus pais. Amizade, daquela verdadeira, não lhe falta. É tão cheio de amor dentro de si, corresponde ao amor de todos com ainda maior intensidade. Como uma pessoa dessas pode sofrer tanto? Marcolino não quer ver a verdade por trás do mundo. Marcolino se esconde. E busca em Teresa um amor tão grande quanto aquele que tem dentro de si.
Mas estaria eu me precipitando? Será que é amor mesmo que Marcolino busca em Teresa? E se não for? Talvez Marcolino só queira alguém pra se divertir, em seus próprios termos. Alguém que corresponda aos seus anseios intelectuais e sexuais. Não é necessário um "amor dirigido", digamos, pra isso. É necessário apenas aquele "amor genérico", o bem querer difuso pelo que é "humano, demasiadamente humano". Talvez seja apenas isso, "somente sexo e amizade". Mas, sendo o que for, desejo sempre sorte para o meu - nosso - bom e querido amigo Marcolino. Que ele tenha paz, enfim.

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